quinta-feira, 22 de setembro de 2011

22/09 - Encontro com Fabio Schunck

A turma do 4°C teve, no dia 22, um encontro com Fabio Schunck, que é biólogo, fotográfo e escritor da revista Viverde Natureza, onde escreve matérias sobre meio ambiente e conservação: uma relacionada a regiões do Brasil e outra relacionada às aves.
Contou-nos que sempre gostou de natureza e estudou biologia, se especializando no estudo de aves. Desde que se formou trabalha estudando as aves de vários lugares do Brasil.
Ele montou uma apresentação com fotos para nos contar um pouco sobre seu trabalho e do que já viu por aí em suas viagens de pesquisa pelo Brasil.


Começamos vendo imagens do Pantanal, região com muita água, muitos rios e que tem muitos animais. Um deles é a Ema, que bota os ovos e vai embora. Quem fica chocando e cuida dos filhotes é o macho. Geralmente nascem de 15 a 20 filhotes em cada ninhada.
A Mata Atlântica é um tipo de vegetação que tem em lugares próximos de onde estamos como, por exemplo, no Parque Guarapiranga e no Parque Ibirapuera. É uma floresta muito fechada, com muitas plantas, são as matas mais ricas que tem no Brasil. Mas na Mata Atlântica também tem campos, formados por uma vegetação baixa, como a que podemos observar na Serra do Mar.
As matas ciliares são aquelas que ficam na beira dos rios e os protegem de todos os problemas. É muito importante protegê-las para preservar os rios e os animais que vivem nessas regiões.
Em Fernando de Noronha podemos observar muitas tartarugas e golfinhos rotadores, que pulam da água, giram e caem na água de novo. Parece que foram treinados, mas é o comportamento natural deles.
A Amazônia tem muita mata e muitos rios também. O relevo é muito plano, não tem muitas montanhas, portanto o pôr-do-sol é muito bonito, porque é possível observarmos o sol bem baixinho. É uma região que tem temperaturas muito altas durante o dia, cerca de 40°C e que à noite caem para 10°C. Tem árvores muito grandes, como as castanheiras, que produzem a castanha-do-pará. Elas chegam a medir 60m de altura e às vezes são necessárias 10 a 15 pessoas para abraçar o tronco de uma delas. Está ameaçada de extinção devido à extração de sua madeira para confecção de móveis. Infelizmente, é muito difícil encontrá-la.
Conhecemos o Batuiruçu ou Maçarico, ave migratória que vive no Canadá e quando faz muito frio lá elas viajam 14 mil quilômetros e vêm para a Represa de Guarapiranga, onde ficam durante algumas semanas para descansar e se alimentar, antes de continuarem a viagem para o sul. Quado começa a esquentar no Canadá elas voltam para se reproduzir.
Outra ave belíssima é a Maria-leque, que vive na mata atlântica em São Paulo. Esta ave não consegue sobreviver em matas que estão sendo destruídas, ela precisa que a mata esteja muito bem preservada, o que como sabemos, está cada vez mais difícil. Espero que consigamos cuidar das matas para que essa linda espécie continue existindo.

Maria-leque. Foto: fabio Schunck

Vimos algumas aves muito comuns na represa de Guarapiranga como o Irerê, que voa durante a noite e tem este nome devido ao seu canto; o Jaçanã, que num primeiro olhar é uma ave preta e marrom, mas quando voa podemos observar sua asa de cor amarelada. Tem um pé enorme para poder andar em cima das plantas aquáticas e o Quero-quero, uma ave barulhenta, que tem dois espinhos na ponta da asa e costuma dar voos rasantes quando se sente ameaçada ou para defender seus filhotes.

Jaçanã - Fotos: Fabio Schunck

O Periquito verde ou maritaca também é muito comum nas cidades. São aves que podemos ver nos fios ou nos postes e que gritam bastante.
O Tucano é uma ave do interior do Brasil, do cerrado, mas estão aparecendo também na cidade. Não se sabe se essas aparições são porque algumas pessoas capturam ilegalmente os filhotes para ter em casa e depois soltam ou se é por causa do desmatamento. Eles comem frutas muito pequenas e alimentam seus filhotes com filhotes de outros pássaros que pegam nos ninhos, matam e amassam com o bico.
O Pardal, outra ave extremamente comum nas cidades, não é uma ave brasileira, é da Europa. Quando os portugueses vieram para cá, eles a trouxeram para criar e lembrar de sua terra. Hoje tem pardal no Brasil inteiro. Eles só vivem onde tem cidades e comem o lixo do chão. Se a cidade for muito limpa, não tem pardal.
Além das aves aprendemos coisas muito interessantes sobre outros animais.
O peixe-boi, por exemplo, apesar do nome é um mamífero. Alguns são marinhos e outros são de água doce, vivem na Amazônia. O peixe-boi marinho está ameaçado, restam muito poucos. As pessoas o matavam para comer a carne e usar a gordura para acender lamparina. O peixe-boi da Amazônia é um pouco mais abundante. Acredita-se que os navegadores que chegaram às Américas tinham alucinações, por terem passado muitos dias viajando. Quando chegavam nessas regiões e viam esses peixes enormes achavam que eram mulheres lindas, por isso que a sereia tem o rabo naquele formato, é uma referência ao peixe-boi.

Peixe-boi - Foto: Fabio Schunck

A sucuri, chega a medir 12 m de comprimento, não tem veneno e come capivara e outros animais pequenos. Ela dá o bote no animal, se enrola nele e aperta muito. O animal morre porque ela quebra todos os seus ossos. Depois ela desloca a mandíbula, engole o animal inteiro, entra num buraco e fica meses lá digerindo.
Vimos a imagem de um sapo venenoso e aprendemos que animais muito coloridos na natureza são um sinal de alerta, pois cores fortes indicam que são venenosos.
A imagem a seguir é de um sapo de chão de floresta ou sapo folha, que mede menos de 1 cm.

Foto: Fabio Schunck

O Mono-carvoeiro ou Muriqui é um macaco que tem a cara escura e tem esse nome porque lembra as pessoas que trabalham nas carvoarias. Mede cerca de 1,40m, sendo o maior macaco das Américas.
Os jacarés quase desapareceram por causa da caça predatória para a confecção de bolsas e sapatos com sua pele. Alimentam-se praticamente só de peixe, sendo um dos poucos animais que comem piranha.
Por fim, vimos algumas espécies de plantas como cactos, fungos, orquídeas e bromélias. Fabio nos orientou a não comprar orquídeas na rua, pois geralmente são tiradas da natureza, apenas as vendidas em lojas são cultivadas.
A bromélia é uma planta com muitas folhas, que formam uma bacia. Existe todo um ecossistema dentro dela: insetos colocam seus ovos, animais vão beber água e muitos anfíbios vivem lá, como o sapo de bromélia. Por isso, tem uma importância muito grande na natureza.
Além de aprendermos muitas coisas sobre a fauna e a flora brasileiras neste encontro, aprendemos também a importância de cuidarmos da natureza, para podermos continuar observando coisas tão belas como as que vimos hoje.

Muito obrigada, Fabio, por compartilhar suas experiências e vivências conosco!

Um comentário:

  1. Fiquei feliz em poder participar do encontro com Fabio Schunck. Ele nos mostrou lindas fotos e aprendemos muito sobre a fauna e a flora brasileiras.
    Foi um encontro muito rico.
    Volte sempre, Fabio

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