sexta-feira, 16 de setembro de 2011

16/09 - Oficina: Matemática quase sem números, por Ricardo de Souza

Este ano a Semana Literária teve um dia especial dedicado à formação de professores. E devo dizer que foi fantástico!
No período da manhã tivemos uma oficina, ministrada pelo Prof. Ricardo de Souza, que é Mestre em Educação pela USP, Licenciado em Matemática pelo Mackenzie e atua como formador na DOT-P da DRE Campo Limpo.
A proposta de sua oficina foi desenvolver conosco um trabalho da Matemática integrado com a Língua Portuguesa.
Começamos retirando uma senha de um envelope que deveríamos ler, mas sem mostrar para ninguém.
Depois ouvimos a leitura de uma história feita pelo Ricardo: Separando as coisas, da Coleção Tan Tan, da Editora Callis.


Quando a história terminou, ele solicitou que nos agrupássemos a partir de algo que identificássemos em comum de acordo com nossas senhas.
Quando terminamos, cada grupo contava qual foi o critério adotado. Percebemos que havia possibilidades de um mesmo elemento estar em dois grupos diferentes, portanto cada um era ponto de intersecção entre os conjuntos. Com esta atividade podemos trabalhar conjunto, subconjunto e intersecções utilizando como elemento principal a língua.
Depois, ainda em grupos, fizemos uma brincadeira onde deveríamos a partir de comandas dadas organizar três objetos diferentes em estantes de três prateleiras. Ricardo explicou as regras do jogo e apresentou 5 comandas diferentes, uma de cada vez. A cada comanda, discutíamos nos grupos e desenhávamos os objetos no lugar que deveriam estar a partir da nossa interpretação da comanda.


Quando todos terminaram, nos juntamos de dois em dois grupos, comparando os resultados. E mediados pelo Ricardo, analisamos cada comanda, discutindo as estratégias que cada grupo utilizou para resolver e pensando em adaptações que poderiam ser feitas para ampliar o repertório dos alunos num trabalho integrado de Língua e Matemática.
Os números tem três funções: ordinal, cardinal e de código. Neste jogo usamos os números em apenas uma dessas funções: a ordinal.


Percebemos que fizemos um exercício matemático praticamente sem usar números. Matemática tem a ver com relações, exercícios de matemática não envolvem apenas números.
Realizar estas duas atividades foi super divertido! Aprendemos Matemática de uma maneira prazerosa!


Quatro aspectos que temos que observar na hora de corrigir uma atividade de matemática: se o aluno escolheu a estratégia adequada, se utilzou o procedimento correto para resolver, se ele acertou o resultado e se respondeu corretamente, pois nem sempre a resposta do problema é o resultado do cálculo.
Citou a autora Maria Aparecida Viggiani que diz que a aula de Matemática tem que passar por 3 etapas: o intuicionismo: deixar o aluno achar alguma coisa sobre aquilo com que está se relacionando, o logicismo, momento de organizar o conhecimento e o formalismo, que é a representação escrita da Matemática. Quando nós professores estudamos, aprendemos utilizando apenas a última etapa: o formalismo, usando diretamente o algoritmo.
Segundo Ricardo o maior investimento que pode ser feito na formação do professor é em criatividade. E assim como temos o Projeto Ler e Escrever em todas as áreas deveríamos ter Medir e Contar/Raciocinar em todas as áreas.
Terminamos ouvindo a leitura do livro O que cabe na mochila, também da Coleção Tan-Tan.

Ficamos muito felizes com este encontro. Adoramos a integração da Matemática na Semana Literária! E aprendemos muito!

Obrigada, Ricardo, por sua disponibilidade em participar do nosso projeto e parabéns por seu trabalho!

Um comentário:

  1. O encontro com o formador Ricardo foi uma alegria só. Por meio de sua apresentação percebemos que a Matemática pode ser algo alegre, dinâmico, sem a rigidez com que insistimos em apresentá-la na escola. Além disso, ele nos mostrou algo importantíssimo: Matemática e Língua Portuguesa têm tudo a ver.

    Obrigada, Ricardo!
    Espero que apareça mais vezes em nossa escola.

    Professora Sônia Regina

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